31.10.09
Despedida de Jose Manuel Fernandes da direccao do Publico...
... aqui.
Sai de cena um dos poucos jornalistas independentes numa comunicacao social portuguesa em geral tao docil em relacao ao Estado e ao Governo (sobretudo a este governo mas tambem aos anteriores).
Infelizmente, por coincidencia ou nao, a saida da-se no quadro do episodio lamentavel da revelacao das fontes do Publico pelo Diario de Noticias, na questao das friccoes institucionais entre o Governo e a Presidencia da Republica.
Em todo o caso, JMF e' dos poucos jornalistas que tem conseguido apontar, com clareza e sem demagogias ou favoritismos, varios dos problemas da estrutura economica e politica portuguesa que travam o progresso do pais. Precisamos de mais JMFs...
... aqui.
Sai de cena um dos poucos jornalistas independentes numa comunicacao social portuguesa em geral tao docil em relacao ao Estado e ao Governo (sobretudo a este governo mas tambem aos anteriores).
Infelizmente, por coincidencia ou nao, a saida da-se no quadro do episodio lamentavel da revelacao das fontes do Publico pelo Diario de Noticias, na questao das friccoes institucionais entre o Governo e a Presidencia da Republica.
Em todo o caso, JMF e' dos poucos jornalistas que tem conseguido apontar, com clareza e sem demagogias ou favoritismos, varios dos problemas da estrutura economica e politica portuguesa que travam o progresso do pais. Precisamos de mais JMFs...
30.10.09
Mais um ranking cientifico
Este da responsabilidade da Scimago, uma organizacao associada 'a Elsevier, usando a informacao cientifica da Scopus.
A Universidade Tecnica de Lisboa aparece em primeiro lugar entre as instituicoes portuguesas, em 314.o lugar (criterio baseado no numero de publicacoes).
Este da responsabilidade da Scimago, uma organizacao associada 'a Elsevier, usando a informacao cientifica da Scopus.
A Universidade Tecnica de Lisboa aparece em primeiro lugar entre as instituicoes portuguesas, em 314.o lugar (criterio baseado no numero de publicacoes).
27.10.09
O misterio dos despedimentos colectivos
Segundo a Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, citada pelo Publico na semana passada, houve 3.603 trabalhadores demitidos atraves de despedimentos colectivos em Portugal nos primeiros nove meses de 2009.
A manchete do Publico ("Despedimentos colectivos aumentaram 39%") e' infeliz - o que e' surpreendente na noticia e' o numero reduzido de trabalhadores envolvidos em despedimentos colectivos, num total de mais de meio milhao de desempregados no pais - nao o crescimento da estatistica, uma vez que a base e' tambem ela reduzida. (Ver aqui um comentario 'a situacao em 2008.)
Do ponto de vista das empresas, nao e' surpreendente o reduzido numero de despedimentos colectivos, uma vez que estes sao caros - um salario base por ano de antiguidade - sobretudo tendo em conta que as empresas interessadas em despedir provavelmente tem forcas de trabalho com niveis de antiguidade bastante acima da media.
Em todo o caso, seria importante explicar a razao do baixo numero de despedimentos colectivos:
Segundo a Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, citada pelo Publico na semana passada, houve 3.603 trabalhadores demitidos atraves de despedimentos colectivos em Portugal nos primeiros nove meses de 2009.
A manchete do Publico ("Despedimentos colectivos aumentaram 39%") e' infeliz - o que e' surpreendente na noticia e' o numero reduzido de trabalhadores envolvidos em despedimentos colectivos, num total de mais de meio milhao de desempregados no pais - nao o crescimento da estatistica, uma vez que a base e' tambem ela reduzida. (Ver aqui um comentario 'a situacao em 2008.)
Do ponto de vista das empresas, nao e' surpreendente o reduzido numero de despedimentos colectivos, uma vez que estes sao caros - um salario base por ano de antiguidade - sobretudo tendo em conta que as empresas interessadas em despedir provavelmente tem forcas de trabalho com niveis de antiguidade bastante acima da media.
Em todo o caso, seria importante explicar a razao do baixo numero de despedimentos colectivos:
- as empresas nao informam a DGERT dos despedimentos colectivos (embora seja obrigatorio, tanto quanto sei),
- os despedimentos colectivos nao o chegam a ser porque os trabalhadores aceitam acordos com as empresas, ou
- a esmagadora maioria do desemprego em Portugal resulta da nao renovacao de contratos a termo (e "recibos verdes") e, eventualmente, do encerramento de empresas.
25.10.09
Sugestoes para a criacao de emprego nos EUA...
... de Steve Davis, co-"inventor" da analise de "job flows", na Forbes. Das quatro sugestoes, duas teriam aplicabilidade em Portugal:
2. Suspend federal minimum wage mandates, nao aumentando o salario minimo em periodo de recessao.
4. Experiment with how best to put the unemployed back to work and assess the results, testando varias abordagens e adoptando so as mais eficientes.
... de Steve Davis, co-"inventor" da analise de "job flows", na Forbes. Das quatro sugestoes, duas teriam aplicabilidade em Portugal:
2. Suspend federal minimum wage mandates, nao aumentando o salario minimo em periodo de recessao.
4. Experiment with how best to put the unemployed back to work and assess the results, testando varias abordagens e adoptando so as mais eficientes.
24.10.09
Transparencia escandinava
Noruega coloca a informacao das declaracoes de impostos disponivel na internet... Link aqui.
Noruega coloca a informacao das declaracoes de impostos disponivel na internet... Link aqui.
23.10.09
Analise marginal ainda 'a margem?!
Segundo o Publico de 4a-feira, afirmou-se num seminario recente organizado por uma sociedade de advogados e uma consultora de recursos humanos que as alteracoes das taxas de contribuicao para a seguranca social inscritas no novo Codigo "não representam um efectivo incentivo à contratação porque o uso de prestadores de serviços ("falsos recibos verdes") ainda tem menos encargos sociais do que os trabalhadores contratados" (ver "Alteração das políticas de emprego não favorece contratação directa de trabalhadores", de Joao Ramos Almeida).
A ser verdade a noticia, trata-se de um caso de ignorancia basica dos principios da analise marginal: mesmo continuando a taxa dos contratos de trabalho a ser superior 'a taxa dos recibos verdes, a reducao da primeira e o aumento da segunda serve claramente para tornar mais atractivos os contratos de trabalho em relacao aos recibos verdes. Varios empregadores que no passado tenham optado por recibos verdes irao agora, em circunstancias semelhantes, optar por contratos de trabalho.
Se estes "varios empregadores" serao em numero suficiente para o efeito das alteracoes da taxa ser "significativo", isso so a analise empirica podera concluir - caso a deixem trabalhar com rigor...
Segundo o Publico de 4a-feira, afirmou-se num seminario recente organizado por uma sociedade de advogados e uma consultora de recursos humanos que as alteracoes das taxas de contribuicao para a seguranca social inscritas no novo Codigo "não representam um efectivo incentivo à contratação porque o uso de prestadores de serviços ("falsos recibos verdes") ainda tem menos encargos sociais do que os trabalhadores contratados" (ver "Alteração das políticas de emprego não favorece contratação directa de trabalhadores", de Joao Ramos Almeida).
A ser verdade a noticia, trata-se de um caso de ignorancia basica dos principios da analise marginal: mesmo continuando a taxa dos contratos de trabalho a ser superior 'a taxa dos recibos verdes, a reducao da primeira e o aumento da segunda serve claramente para tornar mais atractivos os contratos de trabalho em relacao aos recibos verdes. Varios empregadores que no passado tenham optado por recibos verdes irao agora, em circunstancias semelhantes, optar por contratos de trabalho.
Se estes "varios empregadores" serao em numero suficiente para o efeito das alteracoes da taxa ser "significativo", isso so a analise empirica podera concluir - caso a deixem trabalhar com rigor...
22.10.09
Novas ministras da Educacao e do Trabalho
Respectivamente, Isabel Alçada, escritora e professora, e Maria Helena Andre, sindicalista. Vieira da Silva passa para a pasta da Economia.
Respectivamente, Isabel Alçada, escritora e professora, e Maria Helena Andre, sindicalista. Vieira da Silva passa para a pasta da Economia.
Melhorar ensino basico ou alargar escolaridade obrigatoria?
Um estudo recente aponta disparidades e debilidades varias no primeiro ciclo do ensino basico. Nao sera' prioritario comecar por aqui em vez de alargar a escolaridade obrigatoria?
Um estudo recente aponta disparidades e debilidades varias no primeiro ciclo do ensino basico. Nao sera' prioritario comecar por aqui em vez de alargar a escolaridade obrigatoria?
21.10.09
Fossilizacao do mercado de habitacao
234 mil agregados familiares pagam rendas abaixo de 50 euros, segundo a Associação Nacional de Proprietários, citada pelo Publico. 390 mil tem contratos anteriores a Novembro de 1990 onde nao e' possivel ajustar rendas.
Com um mercado tao regulado, nao e' surpreendente o definhamento do parque habitacional portugues.
234 mil agregados familiares pagam rendas abaixo de 50 euros, segundo a Associação Nacional de Proprietários, citada pelo Publico. 390 mil tem contratos anteriores a Novembro de 1990 onde nao e' possivel ajustar rendas.
Com um mercado tao regulado, nao e' surpreendente o definhamento do parque habitacional portugues.
18.10.09
17.10.09
Reforma do ECD e desempenho dos alunos - actualizacao
Resultados preliminares incluindo a informacao dos exames de 2009 indicam que os efeitos que documentei em "Individual Teacher Incentives, Student Achievement and Grade Inflation" agravaram-se no ano academico 2008/2009.
Estes resultados reforcam as iniciativas legislativas para suspender o actual ECD.
Espero divulgar uma nova versao do meu paper em Novembro.
Resultados preliminares incluindo a informacao dos exames de 2009 indicam que os efeitos que documentei em "Individual Teacher Incentives, Student Achievement and Grade Inflation" agravaram-se no ano academico 2008/2009.
Estes resultados reforcam as iniciativas legislativas para suspender o actual ECD.
Espero divulgar uma nova versao do meu paper em Novembro.
16.10.09
Alargamento da escolaridade obrigatória...
... cria “obstáculos e dificuldades” sem paralelo na história da educação, segundo ministra da educação em noticia no Público. Assim sendo, será que vale a pena?
Nove anos de boa escolaridade podem preparar muito bem qualquer pessoa para uma vida activa e realizada. Para quê obrigar aqueles que não têm interesse ou vocação para mais três anos na escola?
O aumento da escolaridade a partir dos 15 anos deveria ser endógeno, isto é, partir da vontade do próprio, estimulada por uma experiência rica e motivadora na escola até essa idade.
Seria muito mais útil ter o Ministério e os professores a trabalhar nesse enriquecimento do ensino básico do que a fazer o inevitável dumbing down do secundário para acomodar grupos de alunos cada vez mais heterógenos e para minorar os peer effects negativos que vão muito provavelmente ocorrer.
... cria “obstáculos e dificuldades” sem paralelo na história da educação, segundo ministra da educação em noticia no Público. Assim sendo, será que vale a pena?
Nove anos de boa escolaridade podem preparar muito bem qualquer pessoa para uma vida activa e realizada. Para quê obrigar aqueles que não têm interesse ou vocação para mais três anos na escola?
O aumento da escolaridade a partir dos 15 anos deveria ser endógeno, isto é, partir da vontade do próprio, estimulada por uma experiência rica e motivadora na escola até essa idade.
Seria muito mais útil ter o Ministério e os professores a trabalhar nesse enriquecimento do ensino básico do que a fazer o inevitável dumbing down do secundário para acomodar grupos de alunos cada vez mais heterógenos e para minorar os peer effects negativos que vão muito provavelmente ocorrer.
15.10.09
Perspectivas de crescimento e mercado de trabalho
"A economia nacional deverá ser das últimas na zona euro a recuperar da crise, consideram as três principais agências de rating, baseando a previsão no fraco potencial de crescimento, na subida do desemprego e na falta de competitividade da economia portuguesa.
“Portugal ainda tem o mercado [de trabalho] altamente regulado, com leis laborais restritivas, uma força de trabalho relativamente pouco qualificada e um sistema judicial ineficiente”, apontou à Lusa o director associado da Fitch Ratings." (Publico, hoje)
Os próximos meses serão provavelmente a melhor altura para o Governo reduzir a rigidez da lei laboral portuguesa: por um lado, haverá menos empresas a quererem reduzir as suas forças de trabalho; por outro lado, milhares de empresas irão ter acesso a novas oportunidades de negócio implicando a contratação de mais trabalhadores.
Seria uma pena se, por receio das restrições nos contratos de trabalho, muitas destas empresas que querem expandir optem por falsos recibos verdes, com mais rotação de empregados, menos formação profissional, menos crescimento. Pior ainda se estas empresas nem sequer cheguem a expandir, deixando passar as oportunidades de crescimento ao lado.
"A economia nacional deverá ser das últimas na zona euro a recuperar da crise, consideram as três principais agências de rating, baseando a previsão no fraco potencial de crescimento, na subida do desemprego e na falta de competitividade da economia portuguesa.
“Portugal ainda tem o mercado [de trabalho] altamente regulado, com leis laborais restritivas, uma força de trabalho relativamente pouco qualificada e um sistema judicial ineficiente”, apontou à Lusa o director associado da Fitch Ratings." (Publico, hoje)
Os próximos meses serão provavelmente a melhor altura para o Governo reduzir a rigidez da lei laboral portuguesa: por um lado, haverá menos empresas a quererem reduzir as suas forças de trabalho; por outro lado, milhares de empresas irão ter acesso a novas oportunidades de negócio implicando a contratação de mais trabalhadores.
Seria uma pena se, por receio das restrições nos contratos de trabalho, muitas destas empresas que querem expandir optem por falsos recibos verdes, com mais rotação de empregados, menos formação profissional, menos crescimento. Pior ainda se estas empresas nem sequer cheguem a expandir, deixando passar as oportunidades de crescimento ao lado.
Aforismos academicos
“Your manuscript is both good and original. But the part that is good is not original, and the part that is original is not good.”
Samuel Johnson
“Your manuscript is both good and original. But the part that is good is not original, and the part that is original is not good.”
Samuel Johnson
14.10.09
Chegou a semana dos rankings das escolas secundarias
Uma boa tradicao. O primeiro ranking do ano e' o do Diario de Noticias.
PS- O DN tambem explica - mesmo que indirectamente - com o caso da AMSC (passou do primeiro para o decimo lugar) que comparacoes entre rankings proximos fazem pouco sentido, sobretudo quando o numero de alunos por escola e' reduzido, como e' o caso. Mais analise desta e outras questoes relacionadas aqui.
Uma boa tradicao. O primeiro ranking do ano e' o do Diario de Noticias.
PS- O DN tambem explica - mesmo que indirectamente - com o caso da AMSC (passou do primeiro para o decimo lugar) que comparacoes entre rankings proximos fazem pouco sentido, sobretudo quando o numero de alunos por escola e' reduzido, como e' o caso. Mais analise desta e outras questoes relacionadas aqui.
13.10.09
"How Large are Returns to Schooling? Hint: Money Isn't Everything"
Por Philip Oreopoulos e Kjell Salvanes, NBER Working Paper 15339
Abstract: This paper explores the many avenues by which schooling affects lifetime well-being. Experiences and skills acquired in school reverberate throughout life, not just through higher earnings. Schooling also affects the degree one enjoys work and the likelihood of being unemployed. It leads individuals to make better decisions about health, marriage, and parenting. It also improves patience, making individuals more goal-oriented and less likely to engage in risky behavior. Schooling improves trust and social interaction, and may offer substantial consumption value to some students. We discuss various mechanisms to explain how these relationships may occur independent of wealth effects, and present evidence that non-pecuniary returns to schooling are at least as large as pecuniary ones. Ironically, one explanation why some early school leavers miss out on these high returns is that they lack the very same decision making skills that more schooling would help improve.
Por Philip Oreopoulos e Kjell Salvanes, NBER Working Paper 15339
Abstract: This paper explores the many avenues by which schooling affects lifetime well-being. Experiences and skills acquired in school reverberate throughout life, not just through higher earnings. Schooling also affects the degree one enjoys work and the likelihood of being unemployed. It leads individuals to make better decisions about health, marriage, and parenting. It also improves patience, making individuals more goal-oriented and less likely to engage in risky behavior. Schooling improves trust and social interaction, and may offer substantial consumption value to some students. We discuss various mechanisms to explain how these relationships may occur independent of wealth effects, and present evidence that non-pecuniary returns to schooling are at least as large as pecuniary ones. Ironically, one explanation why some early school leavers miss out on these high returns is that they lack the very same decision making skills that more schooling would help improve.
12.10.09
9.10.09
8.10.09
Ranking de universidades 2009 da Times Higher Education
Link. Nenhuma universidade portuguesa no top-200.
Link. Nenhuma universidade portuguesa no top-200.
4.10.09
Os nomes mais "inteligentes" entre os jovens
Homens: