31.3.08

 
Conferencia sobre "Tertiary Education for the Knowledge Society"

No ISCTE, Lx, 3 e 4 de Abril: "International Conference to publicise the results of the OECD Thematic Review of Tertiary Education" (www.oecd.org/edu/tertiary/review)

30.3.08

 
A importancia de bons professores de Matematica


27.3.08

 
Sobre a falta de "think tanks" em Portugal

Portugal manifestamente nao consegue avancar neste dominio de discussao de politicas. Embora tenham sido feitas varias declaracoes em sentido oposto nos ultimos anos (e.g. Socrates a defender o relancamento da Fundacao Jose Fontana e Menezes a indicar a formacao de um gabinete de estudos, com especialistas contratados no mercado), nada aconteceu ate agora.

Compreende-se: por um lado ha falta de capital humano nestes dominios entre os "especialistas" em Portugal; por outro lado, os nossos politicos querem ter o maximo de liberdade para decidir politicas, independentemente da sua qualidade.

Os custos para o pais deste "status quo" sao obvios. Por exemplo, os "think tanks" poderiam contribuir para discutir e sugerir um sistema de avaliacao de professores de melhor qualidade, evitando muitas das confusoes e adiamentos e incertezas e contestacoes do modelo que esta actualmente a ser introduzido. E note-se que este novo modelo so' surge tres anos depois da tomada de posse do governo, o que sugere que foi feito muito pouco trabalho de casa.

PS-Veja-se aqui um documento recentemente preparado sobre educacao pelo Partido Conservador (Reino Unido) - "Raising the bar, closing the gap: an action plan for schools to raise standards, create more good school places, and make opportunity more equal" para constatar os anos-luz de diferenca entre os dois paises.


22.3.08

 
Abel Mateus não foi reconduzido na Autoridade da Concorrência

Considerações políticas à frente dos interesses dos consumidores?

Segundo as estimativas da própria AdC, e nas palavras do próprio Abel Mateus, "perante cada euro que nos entregaram de transferências do Orçamento devolvemos aos consumidores cerca de 20 euros" (entrevista ao Público este mês). Nunca antes uma agência do Estado tinha tido tanto protagonismo na defesa dos interesses dos consumidores, apesar das várias dificuldades relacionadas com a má preparação dos tribunais portugueses para lidarem com questões económicas.

Fica-se a aguardar para conhecer a abordagem a seguir pelo próximo responsável, Manuel Sebastião, actual administrador do Banco de Portugal, apesar do registo menos pró-activo do banco central em questões de regulação do sector financeiro.

 
Avaliar com independência

Artigo de opinião de José Manuel Canavarro no DN de hoje.

21.3.08

 
O meu "compasso político"

Identificação de um investigador/blogger, segundo o sitio "Political Compass".


20.3.08

 
Alunos da E.S. Carolina Michaelis apoiam professores



Este lamentável episódio (uma aluna do 9º ano que luta contra a sua professora para evitar dar-lhe o telemovel que estava a utilizar durante a aula) torna evidente as dificuldades sentidas por muitos professores no seu trabalho de ensinar. (Marçal Grilo, há vários anos, referia uma professora que lhe tinha dito que "o difícil é sentá-los". O que é que se dirá agora?)

Inevitavelmente sai reforçada a "causa" dos professores contra várias medidas do Ministério que pressupõem que os maus resultados do sistema educativo se devem à qualidade do trabalho dos primeiros.

PS-Numa entrevista na SIC, uma pedopsiquiatra cujo nome me escapou comentou este episódio dizendo que o telemóvel se tornou uma parte integrante do corpo de muitos adolescentes. Assim não vamos lá...

 
David Justino e a "bancada central" da educação...

... ou o império dos "achadores" - aqui.

Talvez esta longa epidemia (David Justino cita escritos de Oliveira Martins de 1888 que são ainda actuais) começasse a acabar se houvesse um pouco mais de rigor (mais números sérios, menos palavras vagas) nas análises que os "especialistas" fazem da educação em Portugal.

 
Avaliação à portuguesa

"O que conforta o Governo, a política educativa e as decisões dos últimos três anos são os resultados: mais eficiência na organização das escolas, lideranças mais fortes, funcionamento das escolas orientado para os alunos e para as suas famílias, mais alunos e melhores resultados, menos abandono e menos insucesso escolar" - declarações da Ministra da Educação na Assembleia da República a 18 de Março, segundo o Diário de Notícias.

Há alguma base factual minimamente rigorosa para fundamentar estas afirmações, em particular a que diz respeito à melhoria dos níveis de aprendizagem dos alunos? Faz bem a Ministra em sublinhar a importância dos resultados - mas infelizmente os aspectos mencionados são de reduzida objectividade. Avaliar serve para aferir o grau de sucesso em determinados objectivos; listar medidas que, eventualmente, caso estejam a ser bem concretizadas no terreno, poderão estar a contribuir para esses objectivos simplesmente não é avaliar.

15.3.08

 
Imagens, propostas e media


Preparava-me para mencionar a inexistencia de alternativas ao modelo de avaliacao de professores (alem da manutencao do status quo anterior), na sequencia da mudanca de imagem do PSD - em que nao transpiraram nos media quaisquer referencias a novas propostas neste dominio.

No entanto, fui confirmar no site do PSD que efectivamente nada tinha sido sugerido e verifico que afinal ha propostas nesta area:

"PSD quer avaliação dos professores por agências externas seleccionadas por concurso público [13-03-2008]

O presidente do PSD defende um modelo de avaliação dos professores cujo controlo «seja desestatizado e desgovernamentalizado através de agências externas seleccionadas por concurso público». Durante uma sessão de balanço dos três anos de governação do PS, Luís Filipe Menezes sublinhou que o modelo proposto pelo PSD terá o controlo dos professores, através dos seus «legítimos representantes». "

Procuro no site algum documento que de pormenores sobre esta proposta - mas sem sucesso. Como funcionaria esta avaliacao? Que papel dos professores? Que tipo de empresas desempenharia este servico? Varias questoes que ficam sem resposta.

Esta proposta e' melhor do que nada - mas e' quase a mesma coisa que nada.

14.3.08

 
Outro "resumo" da avaliacao de professores


(clicar na figura para aumentar tamanho)

13.3.08

 
Conferencia "Desenvolvimento Economico Portugues" do Banco de Portugal

Programa ja' disponivel, aqui: realiza-se a 16 de Maio, na Gulbenkian.

9.3.08

 
Editorial do Publico de 6a-feira




 
Uma abordagem simples e flexível para a avaliação dos professores

1) Exames nacionais em todos os anos de escolaridade;

2) Construção de indicadores sobre a evolução dos resultados nesses exames em cada escola (e em cada ano de escolaridade e/ou area de ensino) por parte do Ministerio;

3) Definição de montante total disponivel para progressoes na carreira e premios salariais (em função da situação orcamental do Estado e da evolução dos indicadores dos resultados dos alunos em cada ano);

4) Redução da componente antiguidade na remuneração dos professores, libertando recursos para a componente da remuneração relacionada com os resultados dos alunos;

5) Alocação desses recursos por escola/agrupamento em função dos resultados de cada escola/agrupamento nos exames nacionais;

6) Escolha em cada escola/agrupamento, pelos seus professores, do metodo a seguir para partilha dos recursos atribuidos pelo Ministerio entre os professores. Alguns metodos para essa divisao poderiam ser sugeridos pelo proprio Ministerio (divisao equitativa por todos os professores, divisao proporcional segundo experiencia de cada professor, escolha por parte do Conselho Executivo, etc) bem como sobre o próprio processo de escolha dos métodos de divisão.


Vantagens em relação à proposta/modelo actual do Ministério da Educação:

1) menos burocracia: os professores não tem que preencher varios documentos de interesse e fiabilidade duvidosos nem participar em reunioes com as mesmas caracteristicas, poupando-se tempo que pode ser empregue a preparar aulas e/ou em lazer;
2) mais transparência: evita-se, se assim os professores o desejarem, escolhas que nem sempre serão claras por parte dos professores seleccionados para fazer a avaliação em cada escola;
3) maior autonomia das escolas: além disso, permite-se alguma “experimentação” que, por sua vez, pode permitir aprender com as diferentes abordagens seguidas em cada escola;
4) incentivos virtuosos: por exemplo, uma escola que melhore a sua reputação irá atrair melhores alunos, que por sua vez permitem melhores resultados – e logo ganhos potenciais em termos de recursos a distribuir pelos professores;
5) redução de incentivos perversos: por exemplo, inflacionar notas com vista a receber avaliacoes positivas de alunos e encarregados de educação, uma vez que sao os resultados dos exames nacionais (e não os resultados individuais) que determinam o potencial para melhores remuneracoes;
6) desenvolve o espirito colectivo entre os professores: ao contrário de modelos baseados em incentivos individualizados, como o indicado pelo Ministerio, continua a haver incentivo para o trabalho em equipa dentro de cada escola - caso os professores assim o decidam, o “bolo” de incentivos podera ser distribuido igualmente entre todos.


Desvantagem em relação à proposta/modelo actual do Ministério da Educação:

1) “teaching to the test”: professores podem passar a ensinar os alunos a terem bons resultados nos exames nacionais – o que pode não coincidir com definições mais ricas da aprendizagem que se espera que ocorra nas escolas. Em todo o caso, este problema pode ser minimizado se os exames forem razoavelmente bem elaborados (não tendo uma estrutura fixa de ano para ano, por exemplo). Mesmo que isso não aconteça, assegurar que os alunos pelo menos adquirem as competências essenciais que serão sempre analisadas nos exames nacionais será já um passo em frente, dados os indicadores preocupantes sobre os resultados dos alunos em Portugal.


Não é uma proposta particularmente original, dadas algumas iniciativas semelhantes levadas a cabo noutros países (como nos EUA e, em particular, no Estado da Florida) e vários estudos na área da economia das organizações (embora ignorados na análise da literatura referida no site do Ministério). Além disso, haverá concerteza outras vantagens e desvantagens que uma discussão pública poderá ajudar a esclarecer. No entanto, parece-me superior ao modelo que está a ser actualmente implementado pelo Ministério.

A avaliação dos professores é um tema demasiado importante para não ser debatido antes de ser implementado à escala nacional. Sem este debate, chega-se à situação actual de um modelo sujeito a vários remendos e com vários aspectos pouco claros, mesmo tendo tido o governo pelo menos três anos para preparar estas propostas. É certo que os governos anteriores pouco ou nada fizeram nesta matéria. No entanto, é melhor não alterar do que correr um risco bastante razoavel de estar a mudar para pior.

Em todo o caso, se se irá mudar para melhor ou para pior é uma pergunta que, pela enésima vez ficará sem resposta credível. A adopção simultânea, em todo o país, do processo de avaliação dos professores, sem praticamente nenhum indicador objectivo sobre os níveis de aprendizagem nas escolas, impossibilita qualquer avaliação minimamente rigorosa do próprio processo de avaliação dos professores. Assim, dentro de um ou dois anos o governo irá argumentar que este novo modelo teve várias vantagens enquanto a opinião irá argumentar o oposto – e nenhum observador desapaixonado poderá chegar às suas próprias conclusões com algum rigor. Até quando se continuará a repetir os mesmos erros?

6.3.08

 
Professores serenos



5.3.08

 
Recomendacoes da OCDE ("Going for Growth 2008")

"Improve upper-secondary and tertiary education attainment
Challenge and recommendations: To improve human capital formation, it was recommended that a greater proportion of primary and secondary education spending be allocated to non-wage spending and a systematic evaluation of higher education institutions be implemented.
Actions taken: As decided earlier, very small and inefficient primary schools are being closed. A new career scheme for primary and secondary teachers, including new performance assessment procedures, has been approved by the Council of Ministers. The authorities have commissioned reviews of the higher education sector, including the current accreditation and quality-assurance processes.

Reduce barriers to competition
Challenge and recommendations: To increase competition in network industries and the services sector, it was recommended that the ownership of the largest fixed-telephony and cable networks be separated, the restructuring of the energy sector be continued, and entry controls and licensing requirements in non-manufacturing sectors be eased.
Actions taken: Some steps have been taken to ease regulatory restraints in some network industries (gas and telecommunications), although no action has been taken to separate the ownership and control of the fixed-telephony and cable networks, nor to ease entry controls and licensing requirements in services sectors.

Reform employment protection legislation
Challenge and recommendations: To facilitate higher productivity growth and encourage hiring of workers under regular contracts, it was recommended that employment protection legislation be eased, particularly for individual dismissals.
Actions taken: No action taken.

Continue public administration reform
Challenge and recommendations: To increase the efficiency of the public sector and reallocate labour to the private sector, it was recommended that the number of public sector employees be reduced, public sector employment conditions be aligned with those in the private sector and a performancebased system be introduced in the public sector.
Actions taken: A recruitment rule of one new worker for every two departures was implemented in 2006 and the number of public employees fell. The reform of the civil servants’ social security system has been approved, bringing it closer to the general social security scheme. The reorganisation of the public administration continues. An employee mobility scheme is in operation. Implementation of a new system for careers, contracts and pay is starting, introducing elements of performance pay in salaries.

Simplify the tax system and broaden the corporate tax base
Challenge and recommendations: To reduce compliance costs and informal activities, it was
recommended that the tax code be simplified and modified less frequently, and that tax expenditures be reduced.
Actions taken: To reduce compliance costs, the authorities have streamlined tax administration procedures and have encouraged greater use of the Internet for taxpayer-tax administration interaction."

Em relacao ao ponto sobre a legislacao de trabalho, o Ministerio do Trabalho anunciou novidades para este mes, na sequencia do Livro Branco das Relacoes Laborais. Fica-se a aguardar...

O resumo das recomencadoes para Portugal esta disponivel aqui e o relatorio pode ser consultado aqui.

3.3.08

 
Prémio "Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa"

Iniciativa da COTEC.

2.3.08

 
Empreendedorismo, segundo Belmiro de Azevedo

"Um empreendedor não se faz, mas FAZ-SE" (Jornal de Negocios, 30 Janeiro)

 
Melhores resultados... ou criterios diferentes?


(no Publico de hoje)

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