1.7.06
Para quando think-tanks económicos em Portugal?
Noutros países – nomeadamente no Reino Unido ou nos EUA – há várias dezenas de “think-tanks” nas áreas “sociais”. Alguns independentes, outros mais conotados com determinados interesses (sindicatos, patronato, partidos políticos, grupos ambientalistas, etc). Fazem estudos, de maior ou menor profundidade, mas que, em geral, chegam sempre à opinião pública e, em alguns casos, merecem mesmo discussões alargadas nos media.
Nos períodos de campanha eleitoral, as suas análises e comparações dos programas eleitorais de cada partido merecem particular atenção – como é o caso do prestigiado Institute for Fiscal Studies, de Londres. Procuram interagir com regularidade com as universidades, de maneira a estarem actualizados em relação às novas metodologias científicas e produzirem estudos com credibilidade.
Esta inexistência de think-tanks ajuda a compreender o vazio que é a discussão de políticas (em contraponto à discussão política, muito difundida) em Portugal. Os partidos políticos não têm gabinetes de estudos; os programas eleitorais são feitos no vazio e não ultrapassam a linguagem do cliché, não levando a qualquer debate sério. Em todo o caso, mesmo sendo vagos, estes programas acabam por ter pouca correspondência em relação às políticas que efectivamente vêm ser implementadas pelos partidos que ganham as eleições.
Por acaso alguma das medidas mais debatidas do actual governo (as reformas na educação, o aumento da idade de reforma, o aumento do IVA, o encerramento de maternidades, o plano tecnológico, etc) mereceu alguma discussão durante a campanha eleitoral? Receio que, em parte, tal falta de debate tenha acontecido porque os actuais responsáveis por essas iniciativas (como os seus antecessores de outros governos) desconhecerem em absoluto os contornos dessas políticas antes de ascenderem ao governo. Compara-se esta situação (e o "lag" entre a tomada de posse e o efectivo começo da governação) com a de outros países, como o célebre episódio ocorrido no Reino Unido em 1997, aquando da chegada ao poder de Tony Blair e Gordon Brown: eleições gerais numa quinta-feira e o Banco de Inglaterra tornado independente na segunda-feira seguinte...
Noutros países – nomeadamente no Reino Unido ou nos EUA – há várias dezenas de “think-tanks” nas áreas “sociais”. Alguns independentes, outros mais conotados com determinados interesses (sindicatos, patronato, partidos políticos, grupos ambientalistas, etc). Fazem estudos, de maior ou menor profundidade, mas que, em geral, chegam sempre à opinião pública e, em alguns casos, merecem mesmo discussões alargadas nos media.
Nos períodos de campanha eleitoral, as suas análises e comparações dos programas eleitorais de cada partido merecem particular atenção – como é o caso do prestigiado Institute for Fiscal Studies, de Londres. Procuram interagir com regularidade com as universidades, de maneira a estarem actualizados em relação às novas metodologias científicas e produzirem estudos com credibilidade.
Esta inexistência de think-tanks ajuda a compreender o vazio que é a discussão de políticas (em contraponto à discussão política, muito difundida) em Portugal. Os partidos políticos não têm gabinetes de estudos; os programas eleitorais são feitos no vazio e não ultrapassam a linguagem do cliché, não levando a qualquer debate sério. Em todo o caso, mesmo sendo vagos, estes programas acabam por ter pouca correspondência em relação às políticas que efectivamente vêm ser implementadas pelos partidos que ganham as eleições.
Por acaso alguma das medidas mais debatidas do actual governo (as reformas na educação, o aumento da idade de reforma, o aumento do IVA, o encerramento de maternidades, o plano tecnológico, etc) mereceu alguma discussão durante a campanha eleitoral? Receio que, em parte, tal falta de debate tenha acontecido porque os actuais responsáveis por essas iniciativas (como os seus antecessores de outros governos) desconhecerem em absoluto os contornos dessas políticas antes de ascenderem ao governo. Compara-se esta situação (e o "lag" entre a tomada de posse e o efectivo começo da governação) com a de outros países, como o célebre episódio ocorrido no Reino Unido em 1997, aquando da chegada ao poder de Tony Blair e Gordon Brown: eleições gerais numa quinta-feira e o Banco de Inglaterra tornado independente na segunda-feira seguinte...