26.2.10
Segundo declaracoes da Associação Nacional de Proprietários publicadas no Publico de hoje:
-o mercado de habitacao tem "centenas de milhares de casas devolutas";
-o Novo Regime de Arrendamento Urbano (NRAU) "falhou em todos os objectivos que se propôs, com pouco mais de 2.000 rendas actualizadas em quatro anos"; e
-se um inquilino deixar de pagar a renda, o senhorio tem "de esperar três meses para dar início à acção e a média que dura uma acção de despejo é dois anos".
Proposta de 21 conceituados economistas americanos (incluindo Akerlof, Stiglitz, Katz e Blinder) para criar emprego - creditos em impostos por posto de trabalho liquido criado. Mais info aqui e aqui.
Note-se a antecipacao dos varios tipos de "gaming" que o credito pode originar (eg, despedir a tempo permanente e contratar a tempo parcial ou dividir empresas) e as salvaguardas que sao consideradas.
25.2.10
Por economistas portugueses, mas escrito em ingles: The Portuguese Economy.
23.2.10
A EPIS e' uma iniciativa da sociedade civil portuguesa para combater o insucesso e abandono escolar, entre outros objectivos. E' financiada pelas contribuicoes de um numero alargado de empresas portuguesas.
Resultados iniciais da avaliacao do programa que estou a desenvolver indicam que o programa reduz o insucesso escolar em cerca de 10 pontos percentuais. Este valor compara com um insucesso escolar medio de cerca de 30% nas escolas de 10 concelhos em que o programa EPIS esta a actuar.
19.2.10
O impacto cientifico das publicacoes portuguesas em economia e gestao no periodo 2003-07 foi cerca de metade dos niveis medios mundiais, segundo o relatorio Producao Cientifica Nacional 2010, da FCTES. Mas varias areas cientificas estao bem colocadas, incluindo as ciencias espaciais, fisica e medicina.
Diagnostico e linhas de accao lucidas, pela Sedes - mas provavelmente condenado a nao passar da internet.
17.2.10
As empresas variam os salarios dos trabalhadores que contratam ao longo do ciclo economico? Trata-se de um aspecto importante para compreender as proprias flutuacoes economicas.
O meu trabalho "Measuring What Employers Really Do about Entry Wages over the Business Cycle" (co-autores Gary Solon e Jonathan Thomas), publicado esta semana como IZA Discussion Paper 4757, aborda esta questao. Os resultados, baseados no sector privado em Portugal entre 1982 e 2007, indicam que os salarios de entrada nas empresas sao bastante variaveis, ao contrario do que e' assumido em varios modelos teoricos.
Abstract:
"In models recently published by several influential macroeconomic theorists, rigidity in the real wages that firms pay newly hired workers plays a crucial role in generating realistically
large cyclical fluctuations in unemployment. There is remarkably little evidence, however, on
whether employers’ hiring wages really are invariant to business cycle conditions. We review
the small empirical literature and show that the methods used thus far are poorly suited for
identifying employers’ wage practices. We propose a simpler and more relevant approach –
use matched employer/employee longitudinal data to identify entry jobs and then directly
track the cyclical variation in the real wages paid to workers newly hired into those jobs. We
illustrate the methodology by applying it to data from an annual census of employers in
Portugal over the period 1982-2007. We find that real entry wages in Portugal over this
period tend to be about 1.8 percent higher when the unemployment rate is one percentage
point lower. Like most recent evidence on other aspects of wage cyclicality, our results
suggest that the cyclical elasticity of wages is similar to that of employment."
PS-Tambem disponivel como NBER Working Paper 15767.
16.2.10
15.2.10
Working paper de Alberto Alesina, Yann Algan, Pierre Cahuc, e Paola Giuliano (IZA DP 4747)
Abstract: Flexible labor markets require geographically mobile workers to be efficient. Otherwise, firms can take advantage of the immobility of workers and extract monopsony rents. In cultures with strong family ties, moving away from home is costly. Thus, individuals with strong family ties rationally choose regulated labor markets to avoid moving and limiting the monopsony power of firms, even though regulation generates lower employment and income. Empirically, we do find that individuals who inherit stronger family ties are less mobile, have lower wages, are less often employed and support more stringent labor market regulations. There are also positive cross-country correlations between the strength of family ties and labor market rigidities. Finally, we find positive correlations between labor market rigidities at the beginning of the twenty first century and family values prevailing before World War II, which suggests that labor market regulations have deep cultural roots.
12.2.10
... comenta esta semana a situacao economia portuguesa, infelizmente com varios erros de analise (eg o NYT diz que a reducao do defice em 2005-07 foi feita atraves de reducao de despesa e que o acordo da semana passada na AR duplicou as transferencias para as regioes autonomas...)
O proprio primeiro-ministro nao ajuda: "He rejected the notion that Portugal lagged behind European Union counterparts in productivity and skilled labor. “That is a preconceived idea,” he said. “It has nothing to do with our economy.”"
Em todo o caso, Socrates promete ainda reduzir o defice: "“We will do the job in three years,” Mr. Sócrates said Tuesday." Mais do que fazer promessas, nao seria melhor explicar como e' que se pensa passar o defice de 9.3% para menos de 3% em 3 anos?!
8.2.10
"[C]ada um dos 55 membros do actual Governo já nomeou, em média, 18,2 pessoas para os respectivos gabinetes", Publico, 8 de Fevereiro
6.2.10
"As entidades patronais têm que perceber que o modelo de desenvolvimento do país não pode ser baseado nos baixos salários. É preciso aumentar os salários. Para haver vantagem competitiva, temos que trabalhar no sentido da excelência, da qualidade dos nossos recursos, serviços e produtos. O governo tem feito um esforço para qualificar os portugueses. Mas partimos com um défice muito baixo: 2,5 milhões têm baixos níveis de qualificações. E são esses que estão na base dos salários baixos. Mas também temos que, através da negociação colectiva e da concertação social, discutir esses salários baixos e as soluções para um novo modelo de desenvolvimento económico. Tem de haver uma repartição dos rendimentos mais equitativa e mais justa." - Entrevista ao Jornal de Noticias, 5 de Fevereiro de 2010
Sao encontrados indicios serios que um primeiro-ministro estava a montar uma campanha de controlo da comunicacao social. No entanto, os mais altos responsaveis da justica desse pais decidem nao so nao dar seguimento 'as investigacoes como arquivar o processo e destruir as escutas.
A democracia portuguesa e' o que e' - mas nao pode chegar a este nivel sem que nada de serio aconteca como consequencia.